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São Paulo deve ganhar centro de prevenção de transtornos mentais para jovens

Fonte : 
Agência Fapesp

Estudos indicam que é especialmente na adolescência que surgem os transtornos mentais – como depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar –, classificados como o conjunto de doenças crônicas que atualmente mais afetam a população na faixa etária de 10 a 24 anos no mundo.

Com base nessa constatação, países como a Austrália e o Canadá implementaram centros de prevenção de transtornos mentais voltados especificamente a jovens, de modo a diagnosticar adolescentes que apresentam ou que estão expostos a fatores de risco que potencializam o desenvolvimento de adições, estados depressivos e transtornos mentais graves como esquizofrenia e transtorno afetivo bipolar.

Um grupo de pesquisadores dos departamentos de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP) pretende replicar essa experiência no Brasil.

O objetivo é criar em São Paulo um modelo de centro de convivência de jovens com maior probabilidade de desenvolver transtornos do neurodesenvolvimento, que possa concentrar ações de prevenção em saúde mental.

O projeto foi apresentado por Jair de Jesus Mari, professor do Departamento de Psiquiatria da Unifesp e coordenador da iniciativa, em conferência realizada no dia 25 de julho na 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em São Luís (MA).

De acordo com Jesus Mari, o objetivo é que o modelo de centro, com nome provisório de “Espaço Cuca Legal”, possa atrair jovens que ainda não desenvolveram transtornos mentais para serem acompanhados por uma equipe multidisciplinar de profissionais.

De modo a atrair os jovens, os pesquisadores planejam oferecer atividades socioeducativas, como oficinas de leitura, teatro, música e esportes, a exemplo do que é feito nos Headspace Centres, criados pela Australia's National Youth Mental Health Foundation, nos quais o projeto brasileiro buscou inspiração.

“Pretendemos garantir a identificação e intervenção precoce de jovens com maior propensão para desenvolver transtornos mentais graves, de modo a inibir ou retardar o desenvolvimento do surto psicótico e mudar o comportamento em relação aos fatores de risco conhecidos, como o uso de maconha”, disse Jesus Mari.

Segundo o pesquisador, estima-se que entre 50% e 75% dos transtornos mentais tenham início na adolescência. Porém, a falsa impressão de que os jovens são sempre muito saudáveis, além do estigma das doenças mentais, contribuem para retardar o diagnóstico e o início do tratamento, o que agrava o quadro do transtorno mental e tem repercussões por toda a vida.

Alguns dos fatores considerados de risco e potencializadores do desenvolvimento de transtornos mentais são o consumo de álcool, drogas e tabagismo e exposição a situações traumáticas.

Segundo Jesus Mari, como no Brasil há uma certa leniência em relação ao consumo de álcool entre jovens e experiências com drogas e cigarro nesta fase da vida são vistas muitas vezes até com um certo glamour, é preciso criar políticas públicas no país que coíbam o acesso dos jovens a substâncias psicoativas.


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