Jornada Desafio do Trabalho com a Primeira Infância

Autor: 
Ana Carolina Rios

Na última sexta-feira (03/08), a AASPTJ-SP, aproveitando a passagem da psicanalista francesa Marlene Iucksch pelo Brasil, convidou-a para ser a palestrante do evento em comemoração aos 50 anos da Psicologia no Brasil: Jornada Desafio do Trabalho com a Primeira Infância.

Diversos profissionais de várias regiões do Estado conferiram a palestra de Marlene que relatou toda a sua experiência como psicóloga do Tribunal pour enfants de Paris há quase 20 anos.

O evento foi dividido em duas partes. Pela manhã ouvimos o relato de Marlene seguido de um debate. Na parte da tarde, tivemos a Apresentação e discussão do filme “Grandir” - realizado pela Fundación “Amigos de la Vida” do Equador (2012) – acolhimento de bebês e crianças pequenas abandonadas ou retiradas de suas famílias por outros motivos graves.

A psicanalista explicou que a função de sua equipe – que conta também com uma psiquiatra e uma educadora – é a de acompanhamento educativo das famílias. “A função do psicólogo é tentar entender o impasse, quais são os fatores que causam aquela situação traumática ali apresentada”, expôs. Marlene também falou sobre a questão econômica. “Não adianta apenas dizermos que se trata de problema econômico, social ou fatores externos. O importante é buscar um modo de que a pessoa possa se na situação se coloque questões como: ‘Por que a equipe social veio tratar comigo quando eu achava que estava tudo bem?’”, esclareceu.

Questão trazida por Marlene para a nossa reflexão

Outro ponto importante destacado pela profissional foi a mudança ocorrida na sociedade nos últimos tempos. “Nossa sociedade hoje é muito mais afetiva. Mas, será que o afeto é tudo? Será que o amor é só sentimento?”, problematizou.

Ao contrário do que se imagina, Marlene disse que o tratamento da primeira infância na França ainda é ruim e falho em comparação com outros países, como a Alemanha. De acordo com ela, há muitos problemas com imigrantes do norte da África, muitos compondo famílias animistas, polígamas e com problemas religiosos. “No nosso trabalho não podemos aplicar protocolos, cada caso é um quebra-cabeça diferente. E nesse trabalho muitas vezes esbarramos muito na sensibilidade dos juízes que lá têm muita dificuldade em tirar as crianças da família”, explicou.


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