As entidades representativas dos servidores foram recebidas nesta quarta-feira (15/02) pelo presidente do TJ-SP, desembargador Paulo Dimas Mascaretti, e sua assessoria para dar início às negociações da Campanha Salarial. A AASPTJ-SP foi representada pela presidente, Elisabete Borgianni, e pela vice-presidente, Claudia Anaf.

O presidente manteve o discurso de conjuntura de crise do ano passado. “O quadro que se apresenta é negro. Estamos acompanhando o orçamento do Estado, mas houve uma perda significativa de arrecadação em 2016”, expôs. Disse que diante da conjuntura do país, o Tribunal de Justiça ainda está bem por ter conseguido garantir a data-base de 2016, ainda que não na totalidade do INPC do período e por ter aumentado os valores do auxílio-saúde e do auxílio alimentação.

O desembargador afirmou que vai aguardar a arrecadação do Estado nos dois primeiros meses do ano e a divulgação pelo INPC do cálculo da inflação do período para uma definição sobre a data-base de 2017. Já deixou agendada uma próxima reunião com as entidades para o dia 15 de março.

Elisabete pontuou o bom relacionamento que o TJ tem mantido com as entidades durante os últimos anos. “Essa capacidade que temos de sentar, conversar com civilidade de uma forma ainda sob o nosso controle, pois hoje estamos a beira de uma guerra civil o que é muito grave. Estamos chegando muito perto da anomia social”, alegou. Falou também sobre a importância de o TJ olhar com cuidado a questão dos Setores Técnicos, que estão recebendo cada vez mais demandas e não têm condições de trabalho adequadas. “Para se ter uma ideia no Fórum do Jabaquara, a agenda para atender um caso grave de família está para fevereiro de 2018. Isso significa que um pai ou uma mãe pode estar privado do convívio com uma criança por um ano, para começar o processo”. Pontuou a necessidade urgente de concurso. “Temos 160 cargos vagos de assistente social e 69 de psicólogo, o que é muito pouco, mas precisam ser imediatamente preenchidos”.

Dimas respondeu que o concurso para Serviço Social e Psicologia já está em andamento na Secretaria de Recursos Humanos. “São poucos cargos. Infelizmente não temos mais, mas de qualquer forma vamos fazer o concurso”, explicou. O presidente disse que quer também abrir vagas para estágios nas duas áreas. Elisabete disse que é uma boa sugestão, mas que os estagiários não podem substituir os profissionais e que o concurso é imprescindível até porque os técnicos teriam também a função de supervisionar os estágios. Por fim, Dimas disse mais uma vez que o TJ está estudando a possibilidade de aumentar a gratificação judiciária da categoria, equiparando-a à do pessoal da Saúde do TJ.

Cláudia complementou a fala de Elisabete. “Não estamos discutindo apenas a reposição salarial, vai além. O filósofo Leandro Karnal disse na TV, algo que expressa meu sentimento, que nós estamos vivendo um momento de ‘pré queda da Bastilha’. Os políticos não estão percebendo a gravidade da situação.”

 

 

 

 

 

Ato na Praça João Mendes

Após a reunião com a Presidência, as entidades reuniram-se com alguns servidores na Praça João Mendes, em cumprimento ao calendário de atos públicos pela Campanha Salarial.

Falou-se sobre as perdas que os servidores vêm acumulando ao longo dos anos, da falta de condições de trabalho e da Reforma de Previdência que o governo quer aprovar ainda neste semestre e que irá atingir em cheio a classe trabalhadora, especialmente os servidores. “A vida de cada um de nós está correndo sérios riscos em um futuro muito próximo com o desmonte dos direitos dos trabalhadores que está em curso neste país. Precisamos nos informar do que está acontecendo e nos unir e não imaginar que as coisas não têm jeito, que não tem o que fazer. Se nos envolvermos podemos mudar os rumos, não podemos aceitar uma reforma que vai fragilizar as nossas”, disse Elisabete.

Assista à fala completa da nossa presidente: